A Unidade Escolar Eliza Sousa, no Povoado Divinópolis, em União, realizou, nesta sexta-feira (23), o Projeto Setembro Amarelo: escola é lugar de acolhimentos. O evento em alusão à prevenção contra o suicídio, contou com a participação de alunos, professores e equipe educativa; e conteve apresentações de teatro, música, homenagens, paródias e poemas.
Confira o texto introdutório que deu abertura ao projeto na escola:
“Começo esta nossa atividade, invocando tudo que há de bom no universo, todas as forças, luzes e amor que regem os homens, os animais e a natureza.
Para a partir daí pedir permissão para vocês para falarmos sobre as dores da alma, que tão fortemente vem infligindo nossa mente.
Se as doenças do corpo foram a grande preocupação do Sec. XX, as doenças da mente, ou da alma, são a grande preocupação do Sec. XXI.
Cada vez mais vivemos numa sociedade individualista, competitiva, agressiva. Muitas pessoas veem o outro como um concorrente, como uma ameaça. Com a pandemia tudo piorou, ficamos com medo um dos outros.
O toque, o abraço, o beijo tão característicos do brasileiro, foi trocado por um aceno, um sorriso “amarelo”.
Este distanciamento só piorou mais ainda os problemas. Se o celular já era o melhor amigo de muitos, aos poucos foi se transformando no único; relações foram sendo descartadas, e o virtual passou a ser a única presença, de fato.
Assim, cada vez mais nossa já frágil saúde mental, foi ficando cada dia mais debilitada. Depressão, pânico, desespero, começaram a fazer morada dentro de nós.
Então, é preciso que reajamos. Como? Pois vou dizer para vocês:
– Com amor! Sim, com amor, com compaixão, com empatia, com acolhimento!
E não há lugar melhor para se começar tudo isso do que na escola. Muitos de nossos jovens também estão doentes, só que ao mesmo tempo eles também são a cura. Na medida que se amam e se acolhem na escola, são inoculados com este vírus do bem, e saem distribuindo para seus familiares, para seus colegas, para a sociedade como um todo.
Sim, é preciso dizer que muitos de nossos jovens morrem, tiram suas vidas deixando um vazio imensurável e uma dor insuportável para os que ficam. Mas não cabe a nós julgá-los. Cabe-nos ampará-los antes que aconteça. Ao menor sinal, peça ajuda, não faz vergonha. É lindo um ser humano poder ajudar o outro. Ao menor sinal, dê ajuda, acolha seu amigo, mostre que se importa, ouça-o, nascemos para compartilhar e não para o afastamento.
O Setembro Amarelo nasceu para lembrar-nos da fragilidade de nós mesmos, de nossa alma cansada, de nossa mente sempre tão cobrada; mas cabe ressaltar que nossas ações devem ser construídas todos os dias do ano, não só em setembro, e com todas as pessoas que nos rodeiam.
É preciso que sejamos mais leves, é preciso sorrir mais, abraçar mais, compartilhar e acolher.
Assim, com nossa alma em harmonia, possamos ter uma vida mais plena, mais rica, mais feliz.
Para, enfim, como digo num poema meu “amar-se {…} para que a vida não seja túmulo, e, sim festa”.
A seguir, um poema em homenagem a uma ex-aluna da escola:
Marcos Roberto de Sousa Brito
Graduado em Filosofia pela UFPI
Professor da U.E. Eliza Sousa e CEEP Felinto Rego
Ambos em União/PI.
FONTE; CLIQUE UNIÃO.
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