Por Petrus Evelyn
O Rio Grande do Norte tem sofrido, nas últimas semanas, momentos de verdadeiro terror: diversos grupos criminosos estão incendiando carros e ônibus, realizando assaltos e homicídios e criando o caos no estado nordestino após decisão de instalação de bloqueadores de celular nas proximidades dos presídios. Recentemente, o Secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, afirmou que todos os 15 presídios do estado terão bloqueadores de celular até dezembro de 2016. E então, fica a pergunta: o Piauí corre o risco de sofrer ataques do crime organizado caso os sinais sejam bloqueados nas penitenciárias?
Antes de tudo, vale lembrar um fato ocorrido nesta quarta-feira (03/08): o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional todas as leis estaduais que obrigam as operadores de telefonia de instalar bloqueadores nos presídios, inclusive a Lei nº 6.844/2016, sancionada pelo governador Wellington Dias, portanto, a instalação de bloqueadores, a partir de agora, só acontecerá por interesse - e custos - do Governo do Estado.
No Rio Grande do Norte diversas facções se uniram por uma causa comum, tumultuar e criar um clima de caos e medo por todo o estado. O Piauí pode sofrer as mesmas consequências: no estado, criminosos de diversos grupos à nível nacional, como o PCC e outros menores, mas igualmente violentos, estão reclusos em presídios piauienses.
Em 2013, sob a gestão do então Secretário de Justiça, Henrique Rebello, o Piauí se tornou notícia nacional, no sentido negativo do termo, ao oferecer regalias aos presos do PCC para que eles cessassem ataques realizados em São Paulo.
O atual secretário de Justiça, Daniel Oliveira, caminha na contramão dos países mais desenvolvidos do mundo que estão enrijecendo, cada vez mais, as penas contra todos os crimes: o secretário já declarou que estuda meios alternativos (chamados de "educativos") de punição que não seja o encarceramento, para diminuir a quantidade de presos.
Mais criminosos nas ruas, respondendo medidas falsamente educativas, são mais contatos que os líderes detentos terão para ordenar ataques à cidade, em caso de desagrado dos criminosos com a nova medida.
O piauiense, que sofre as mazelas da violência crescente e diária, fica entre a cruz e a espada: de um lado deseja que o Governo arque com os gastos e instale, por conta própria, bloqueadores de celulares para acabar com essa regalia inaceitável para quem está preso; do outro, teme que a Segurança Pública não tenha condições de arcar com as consequências de criminosos insatisfeitos com as medidas de segurança tomadas.
Fonte:180graus.com/artigos