Os funcionários da empresa Taguatur, no bairro Redenção, na zona Sul de Teresina, não foram trabalhar e 100% dos ônibus urbanos estão parados na garagem da empresa.
"Nós estamos esperando os trabalhadores chegarem para liberar os ônibus de acordo como determinou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas até agora os trabalhadores não vieram trabalhar", afirmou o sindicalista João Marcelo, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que apoia o movimento paradista.
Nas paradas de ônibus, existem filas enormes de passageiros esperando os ônibus.
Antônia Sena da Silva, que estava esperando o ônibus na parada do Coilégio Bradesco, no conjunto Dirceu, na zona Sudeste de Teresina, afirmou que estava há 30 minutos esperando o transporte coletivo para ir ao Centro de Teresina e depois pegar outro ônibus para ir ao bairro Santa Maria da Codipi, na zona Norte da cidade, onde ficará na casa de uma tia.
"Não sei a hora que chegarei na casa de minha tia", declarou Antônia Sena da Silva.
A desembargadora federal do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região - Piauí (TRT/PI), Liana Chaib, concedeu, no domingo, liminar determinando a circulação de 70% dos ônibus coletivos no período de pico e de 60% nos demais horários durante a greve dos motoristas e cobradores de ônibus, incluindo as linhas para a cidade de Timon (MA). A liminar prevê multa de R$ 10 mil por dia em casos de descumprimento total ou parcial da decisão.
Para a desembargadora Liana Chaib, deve ser preservado o direito à greve dos trabalhadores do sistema de ônibus coletivo, mas isso não pode causar prejuízos ainda maiores para a população. A decisão da desembargadora foi uma resposta a uma ação cautelar impetrada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), que queria a garantia de circulação de ônibus no percentual de 80% da frota em caso de ocorrência da greve e movimento paredista, além da suspensão da greve e a imediata implantação do índice de reajuste oferecido com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2016, acumulado de janeiro a dezembro, para motoristas, cobradores e fiscais e despachantes, além de estipular a multa diária no valor de R$ 100 mil, para o caso de eventual descumprimento.
O presidente do Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Teresina, Fernando Feijão informou que durante negociação realizada na noite de sexta-feira (27), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da primeira região, mediada pela desembargadora federal Liana Chaib, foi oferecido aumento de 8,5% para motoristas, cobradores, fiscais, despachantes das empresas de ônibus urbanos de Teresina.
Ele afirmou que como já era tarde e não tinha como convocar a assembleia geral da categoria no sábado, já que só trabalha neste dia 70% dos trabalhadores de transporte urbano, não foi fechada negociações e os cobradores e motoristas e foi deflagrada a greve a partir da 0h desta segunda-feira.
Ele disse ainda que nas negociações no TRT, os empresários aceitaram em aumentar em até 8% os salários dos trabalhadores do sistema de transporte urbano de Teresina, mas chegaram a concordar com a proposta mediada de 8,5%, mas disseram que retiram toda proposta de aumento caso a greve seja deflagrada.
Fernando Feijão informou que os trabalhadores do sistema de ônibus urbano de Teresina estão solicitando um aumento de 10%. Segundo ele, atualmente os motoristas ganham R$ 1.678.00 por mês, os cobradores tem salários de R$ 1.027.00 mensais e os fiscais despachantes recebem R$ 1.106.00 por mês. Existem 440 ônibus na frota de Teresina.
Sintetro fiscaliza liberação de ônibus
O segundo secretário de informação do Sindicato dos Motoristas Rodoviários de Teresina (Sintetro), Chico Gomes, afirmou que a entidade sindical está acompanhando nas portas das garagens a liberação de 70% da frota de ônibus urbanos. Segundo ele, na empresa Transcol saiu 15% dos 145 carros da frota, já que saíram para transportar passageiros 23 veículos.
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