Em visita a Teresina nesta terça-feira (10), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que a cúpula do PMDB no país é formada por uma "quadrilha", e que os brasileiros precisam retirar o partido do poder urgentemente.
"Essa ala do PMDB que o presidente Michel Temer representa é uma quadrilha, não um partido político. E o Brasil precisa espancar essa quadrilha do poder, porque eles estão fazendo um mal muito grave ao Brasil", afirmou.
Ciro, que é pré-candidato à Presidência da República, fez a declaração durante convenção do PDT, na qual o ex-deputado federal Flávio Nogueira foi reconduzido à presidência do diretório regional da sigla no Piauí.
O ex-ministro Ciro Gomes participou de evento do PDT em Teresina nesta terça-feira (Foto: Jailson Soares / O DIA)
O ex-ministro observa que a população brasileira está cada dia mais indignada com a situação do país, que vive uma profunda crise econômica e social, ao tempo em que esquemas milionários de corrupção são descobertos rotineiramente pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
"Já são quase 14 milhões de brasileiros desempregados e cerca de 10 milhões de brasileiros empurrados para a informalidade. Todo dia tem notícia infame de corrupção, encastelada no centro do poder. Pela primeira e segunda vez, na longa história brasileira de 500 anos, um presidente da República é processado pela Procuradoria Geral da República - por formação de organização criminosa, obstrução da Justiça e corrupção passiva. O outro lá [Geddel Vieira Lima] apanhado com R$ 51 milhões dentro de malas num apartamento. Você imagina o que se passa na cabeça do nosso povo, humilhado pelo desemprego, sofrendo nos postos de saúde, nos hospitais, com medo do futuro, sem crédito nem para suportar as contas, aí chega em casa e ainda tem que ver uma notícia dessas! Nós precisamos banir essa gente da vida pública do país", afirmou Ciro.
Ciro Gomes não descartou parcerias do PDT com o PT no Piauí, mas ressaltou que o objetivo do PDT para 2018 no âmbito nacional é lançar candidatura própria à Presidência da República, e o partido não abre mão disso em qualquer hipótese.
O cearense falou por que acredita que tem as credenciais para ser o próximo presidente do país. "Eu sou um homem muito vivido. Tenho muita experiência, tenho 38 anos de vida pública, nunca respondi a um inquérito. Já governei o estado do Ceará, já governei a quinta maior capital, Fortaleza. Já comandei a economia do país, no Ministério da Fazenda, ajudei a fazer o Real. E eu lembro disso não por qualquer tipo de vaidade, mas sim porque o país precisa de experiência e de ficha limpa, para ajudar a nossa nação a sair dessa encruzilhada terrível em que nós nos encontramos", afirmou Ciro Gomes.
O ex-governador cearense também disse o porquê de ter escolhido o PDT nesta atual fase de sua vida política. "O PDT é a organização que carrega a memória do trabalhismo brasileiro, e o trabalhismo é o movimento que mais influência teve no desenho do Brasil moderno. É ao trabalhismo que o brasileiro deve a CLT, que hoje está sendo rasgada. É ao trabalhismo que nós devemos a Petrobras e a Eletrobras, que estão querendo entregar para os estrangeiros, e o PDT traz hoje a luz da resposta para esse momento trágico, sob o ponto de vista econômico, social e político que o Brasil está vivendo, na medida em que nós estamos propondo um novo desenho de um projeto nacional de desenvolvimento, que interrompa a desindustrialização do país e produza os milhões de empregos que nós precisamos para o nosso povo, a partir de um ciclo novo de industrialização, cujos detalhes nós estamos discutindo pelo país afora", concluiu Ciro Gomes.
Ciro Gomes defendeu uma distribuição mais justa da carga tributária no país, entre ricos e pobres (Foto: Jailson Soares / O DIA)
Carga de impostos no Brasil é a mais desigualmente distribuída, opina
Ministro da Fazenda no Governo de Itamar Franco, Ciro Gomes afirmou que o Brasil é um dos países no mundo com a distribuição mais desigual da carga de impostos entre ricos e pobres.
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"É preciso consertar as finanças públicas. Para você ter uma ideia, neste momento, para enfrentar todo o drama na infra-estrutura de portos, aeroportos, barragens, estradas, etc, o Brasil vai investir 0,3% do PIB. É o menor volume desde a Segunda Guerra Mundial. E é preciso consertar isso ordenando uma reforma fiscal que diminua os impostos sobre a produção e o consumo popular, porque a carga tributária sobre os mais pobres e sobre a classe média passa dos 40% da renda familiar. Enquanto os ricos no Brasil pagam menos de 9% de sua renda em impostos. É a carga mais desigualmente distribuída", avaliou Gomes.
Por: Cícero Portela e Ithyara BorgesVisitas: 1621938
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