"Tínhamos uma relação de grande interesse não para que eles contribuíssem ou não para a campanha, mas pela importância que o grupo tinha e, acredito que ainda tem, na economia brasileira", disse Dilma.
Dilma é testemunha de defesa do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine no processo em que ele é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, pertinência a organização criminosa e embaraço à investigação. Essa foi a primeira vez em que Dilma, que não é investigada nessa ação penal, foi ouvida por Moro. Ele apenas comandou a audiência e não quis fazer perguntas à ex-presidente.
Além do executivo, outras cinco pessoas são rés no processo. Entre elas, está o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Delatores do grupo Odebrecht já afirmaram, em acordos de colaboração com a PGR (Procuradoria Geral da República), que distribuíram propina a mais de 1.800 políticos de 28 partidos.
A ex-presidente foi questionada pelo advogado José Diniz, que defende o doleiro André Gustavo, suspeito de ser responsável por repasses de propina e um dos réus na ação penal, se "assuntos de interesse da Odebrecht eram sondados junto à Presidência da República para que efetivamente as decisões fossem tomadas no Banco do Brasil". Bendine comandava o banco antes de assumir a Petrobras.
''Eu não tenho sequer o mais pálido conhecimento desse tipo de atitude do grupo Odebrecht'', disse a petista.
"Aliás, eu acredito que o grupo Odebrecht, como qualquer outro grande grupo brasileiro, merecia toda a atenção do governo. Muitas vezes a gente concordava com os rumos propostos pelo grupo. E é público e notório que muitas vezes também nós discordávamos", disse a ex-presidente.
O depoimento de Dilma durou pouco menos de 30 minutos. A ex-presidente chegou por volta das 10h50 na sede da Justiça Federal em Belo Horizonte para prestar o depoimento, por videoconferência, a Moro, que atua em Curitiba. Dilma esteve na Justiça Federal acompanhada do advogado Leonardo Isaac Yarochiwsky.
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