O empresário pernambucano, Carlos Augusto, que tem uma fazenda no município de Francisco Ayres, no Piauí, denunciou o Major Diego Melo na Delegacia Geral da Polícia Civil pelo crime de suposta formação de milícia, após ter suas terras invadidas por um grupo de policiais à paisana fortemente armados e comandados pelo atual candidato a prefeito de Teresina.
Em entrevista ao jornalista Efrém Ribeiro, da Rede Meio Norte, o empresário informou que em 2013 teve sua propriedade invadida por um grupo de policiais armados à paisana dizendo que iriam fazem uma emissão de posse e não uma reintegração.
"Eu procurei o comando da Polícia Militar como último recurso para conseguir justiça, para conseguir deixar de ser vítima do que eu venho sendo desde 2013, quando eu tive a minha propriedade de forma abrupta invadida por homens armados, à paisana, acompanhados de alguns policiais fardados e de um oficial da justiça querendo entrar na propriedade e dizendo que teria ido fazer uma emissão de posse e não uma reintegração, como foi dito pelo major Diego. Quando eu fui conversar com o comandante da Polícia Militar eu disse a ele que havia policiais armados à paisana dentro da minha fazenda, e que isso caracterizava formação de milícia, porque policial militar, servidor público não pode estar fazendo segurança armada para fazenda particular.” declarou o empresário.
Segundo o empresário, em 2013 o Major Diego Melo se apresentou como gerente do gabinete de crise, porém na época ele era chefe de segurança do governador Wilson Martins. Durante a entrevista Carlos Augusto apresentou uma foto onde mostra o major em sua propriedade.
“Que quem estava comandando esse grupo era o Major Diego, porque foi a pessoa que foi desde da primeira vez, em 2013, alegando que tinha uma ordem de serviço e que era gerente do gabinete de crise, quando na verdade basta que nós busquemos os documentos da época e vamos ver que ele não era o gerente de gabinete de crise, ele estava lotado no gabinete do governador como chefe de segurança do governador e foi à paisana assim como essas fotos comprovam. Foi informado tanto ele quanto o oficial de justiça que foi induzido ao erro, que a fazenda que Romualdo Militão tinha uma decisão judicial para ser emitido na posse não era aquela.” disse Carlos Augusto.
Ainda na entrevista, o proprietário da fazenda informou que em agosto deste ano teve suas terras invadidas novamente por homens fortemente armados, sem fardamento da polícia e sem oficial de justiça e que após essa segunda invasão ele registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Floriano e afirmou que foi aberto um inquérito e que ontem, 04 de novembro, foi realizada uma diligência investigativa na propriedade.
“Dia 21 de agosto nós fomos surpreendidos com cerca de 12 homens fortemente armados, nenhum fardado, todos com roupas civil, sem oficial de justiça. Nós fomos até a delegacia de Floriano prestamos a queixa e ele por sua vez está conduzindo o inquérito, na condução desse inquérito ele está ouvindo algumas pessoas e inclusive mandou carta precatória para ouvir o Major Diego e o Romualdo e promoveu a diligência investigativa ontem lá na fazenda." declarou o proprietário da fazenda e empresário, Carlos Alberto.
O outro lado
Procurado pela Rede Meio Norte, o candidato á Prefeitura de Teresina afirmou que a acusação feita pelo empresário “não tem pé e nem cabeça” e que a verdade irá aparecer.
"Eu trato isso com naturalidade, eu estou enfrentando um sistema criminoso, os criminosos só fazem isso, acusa os outros do que são, dizem o que os outros fazem, do que eles fazem. Isso não tem nem pé e nem cabeça, eu estou aqui em Teresina trabalhando diuturnamente, Francisco Ayres eu pisei lá ano passado, eu não tenho nada haver com isso, e a verdade com certeza irá aparecer, quem me conhece sabe, eu coordenei e gerenciei crises e agora sou candidato contra esse esquemão que está aí.” disse o candidato.
Em entrevista à Rede Meio Norte, Major Diego Melo informou que em 2013 realizou várias reintegrações de terras durante o cumprimento de ordens judiciais e que isso acontece praticamente todos os dias na Coordenadoria de Gerenciamento de Crise e Direitos Humanos da Polícia Militar.
“Em 2013 cumpri uma ordem judicial, eu fiz várias reintegrações, a polícia militar quando a justiça manda ela solicita o apoio, a polícia militar tem um órgão a Coordenadoria de Gerenciamento de Crise e Direitos Humanos que faz isso praticamente todos os dias cumprindo a lei e como oficial da polícia fiz vários, não só aquele. Eu falei com o dono da terra lá, Romualdo Militão, que foi quem eu integrei na época e ele me disse que está lá na área, na posse da área legalmente e que isso tudo não passa de molecagem desse cidadão que se diz empresário. Ele tem que questionar isso na justiça e não comigo, eu não tenho nada haver com isso." declarou o major.
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