O inquérito que apura a morte da estudante de direitoCamilla Abreu,assassinada pelo namorado, o capitão da Polícia Militar Allison Wattson, deve ser concluído ainda esta semana, visto que expira na sexta-feira o prazo para que a Delegacia de Homicídios conclua as investigações.Os laudos mostram que a estudante foi morta com tiro nas costas e que tentou correr do namorado após perceber que seria morta.
O mandado de prisão preventiva contra ele foi cumprido ainda ontem. O oficial da PM está preso desde o dia 31 de outubro. Após ser publicada nas redes sociais uma foto do capitão Alisson Wattson dentro de um veículo, na companhia de dois homens, o Núcleo de Comunicação Social da Polícia Militar do Piauí, divulgou uma nota à imprensa negando a soltura do acusado.
De acordo com o coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Francisco Costa, o Baretta, o capitão será indiciado por três crimes. "O crime de homicídio qualificado com várias qualificadoras, inclusive de feminicídio; temos o crime de ocultação de cadáver e temos o crime de fraude processual", afirmou.
Durante o inquérito a Delegacia de Homicídios realizou um trabalho intenso para comprovar a autoria do crime, bem como a forma como a estudante de direito foi assassinada após uma discussão com o então namorado.
Os exames médicos, feitos pelo Instituto Médico Legal (IML), comprovam que Camilla Abreu sofreu antes de morrer e que foi espancada e seu corpo achado na zona rural de Teresina cinco dias após sua morte.
"Ela [Camilla Abreu] sofreu espancamento na região das pernas, tíbia, coxa e na barriga. Ela sofreu arrasto, ele arrastou ela e há marcas nas costas e no lado", acrescentou o delegado.
Segundo Baretta, Camilla Abreu teve luta corporal com o namorado na tentativa de sobreviver. "O médico também descreve que ela manteve uma luta corporal com ele. Ela tentou se livrar dele, é tanto que você verifica que o tiro é dado aqui do lado da esquerda, praticamente por trás da orelha, onde ele faz um giro no trajeto e sai do lado direito, o que significa que ele atirou por trás", explicou.
O laudo do IML comprovou que Camilla Abreu tentou se defender. Em suas unhas foram encontrados vestígios de DNA do namorado, o que comprovou luta corporal entre os dois.
Conforme as investigações, ela teria tentado correr antes de ser baleada. Ela recebeu o tiro de costas e estava fora do veículo. "Exatamente. É o que médico induz e deixa claro: o tiro foi por trás e que ela tentou correr. Ela era uma menina de 1.60 ou 1.65 de altura, uma mulher de baixa estatura, e ele um homem alto. Então o laudo traz toda a anatomia do crime", declarou o delegado.
A versão dada pelo Capitão é de que o tiro foi acidental. Mas para a polícia todas as provas comprovam premeditação.
"O capitão tinha um meio, a arma de fogo; o modo ele sabia como praticar; e só estava faltando a oportunidade. O capitão, ele era tido como um indivíduo psicopata, ele se achava superior aos outros", disse.
Após a conclusão, o inquérito será encaminhado para o Ministério Público que deve distribuir para uma das três Varas, sendo que uma irá julgar o capitão.