De acordo com a denúncia, assinada pelo promotor de Justiça João Mendes Benigno Filho, da 13ª Promotoria Criminal de Teresina, o capitão irá responder pelo crime de feminicídio qualificado por motivo fútil (ciúmes da vítima) e recurso que impossibilitou defesa por parte da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual, já que tentou atrapalhar as investigações.
Segundo o promotor, a autoria do crime restou evidenciada conforme os testemunhos de amigos e familiares da vítima. O promotor pede o indiciamento do oficial da PM.
Inquérito policial
O inquérito foi concluído na última quinta-feira (30). Após análise de laudos periciais, depoimentos de testemunhas, inclusive do próprio acusado, além de outros procedimentos de investigação, o inquérito apontou para materialidade do homicídio doloso praticado pelo Capitão da PM, namorado da vítima, que foi indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado por feminicídio e sem chances de defesa da vítima; ocultação de cadáver e fraude processual.
Laudos periciais
Os laudos mostram que Camilla Abreu foi morta com tiro nas costas e que tentou correr do namorado após perceber que seria morta. Os exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML), mostraram que Camilla Abreu sofreu antes de morrer e que foi espancada e seu corpo achado na zona rural de Teresina cinco dias após sua morte.
A estudante de direito teve luta corporal com o namorado na tentativa de sobreviver. "O médico também descreve que ela manteve uma luta corporal com ele. Ela tentou se livrar dele, é tanto que você verifica que o tiro é dado aqui do lado da esquerda, praticamente por trás da orelha, onde ele faz um giro no trajeto e sai do lado direito, o que significa que ele atirou por trás", explicou o delegado Baretta.
O laudo do IML comprovou que Camilla Abreu tentou se defender. Em suas unhas foram encontrados vestígios de DNA do namorado, o que comprovou luta corporal entre os dois.
Prisão do Capitãso da Polícia Militar
O oficial da Polícia Militar está preso desde o dia 31 de outubro. Primeiro foi expedido mandado de prisão temporária que no dia 30 foi convertida em prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Uma foto em que o capitão Alisson Wattson aparece na companhia de dois homens dentro de um veículo foi publicada recentemente nas redes sociais e a partir disso surgiram boatos de que o acusado estaria em liberdade, mas o Núcleo de Comunicação Social da Polícia Militar do Piauí, divulgou uma nota à imprensa negando a soltura do oficial.
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