Integrantes do Conselho Tutelar se reuniram com representantes da Gerência de Educação Regional para tratar sobre o caso da estudante de apenas 16 anos, que cursa o 8º ano na Unidade Escolar Firmina Sobreira, localizado na zona Norte de Teresina, D Cque agrediu na a diretora da escola, Marilena Teixeira Silva, na quarta-feira (06).
A avó Maria da Paz conta que a neta sofre de depressão profunda e que teria tentado tirar a própria vida pelo menos cinco vezes. A última tentativa aconteceu há 15 dias, quando ela teria tentado pular de uma ponte. A adolescente também já foi internada no Areolino de Abreu.
"Um homem pegou ela, um pastou da igreja achou ela toda cortada no meio da rua e antes de ontem ela se cortou. Ela já cortou o pescoço, a barriga e o joelho. O negócio dela é ficar trancada", conta.
Segundo a avó, a direção da escola não sabia dos problemas enfrentados pela aluna. Entretanto, conforme ela, houve negligência.
"A diretora não sabia, ela só sabia que a menina tinha esse comportamento. Mas ela nunca procurou chamar a mãe e entender por qual motivo ela agia assim, o problema dela ser daquele jeito", disse.
Ela se diz totalmente contra a atitude da neta, mas afirma que os problemas psicológicos sofridos por ela foram ignorados pela escola. "Eu não admito, eu não apoio e nem estou dizendo que ela agiu certo. Mas, devido o problema dela qualquer um agiria, amor", conta.
De acordo com Tarcisio Pires, diretor da 4ª GRE, a menina irá continuar os estudos, mas em outra instituição. "Nós percebemos que houve falhas nesse acompanhamento por conta do próprio sistema, da questão da dificuldade de ter ali uma agenda para o atendimento periódico. A gente percebe que há necessidade de se ter estabelecido datas, o cumprimento destas datas para que ela possa percorrer vários especialistas e, assim, ela poder conviver normalmente na sociedade", afirmou.
Para o Conselho Tutelar, a menina teria tido um 'surto' por não estar tomando os remédios receitados pelo médico. "Nós podemos dizer que foi até um surto e que isso pode estar acontecendo até com adulto, só que isso que foi falado para ela não justifica a atitude, porque isso já é um ato infracional", diz a conselheira Luciana Magalhães.
Em entrevista ao Agora, a adolescente contou que não se sentia bem na escola. "Eu nunca fiz nada pra ela. Eu poderia em muita das vezes não assistir algumas aulas, porque eu me senti uma peixe fora de água. Naquele ambiente. Eu nunca fui aquele tipo de aluna que fica conversando em sala de aula, atrapalhando a aula do professor. Eu sempre fiquei na minha. E por escolha minha nunca pretendi entrar naquela escola para fazer amizades com todos", diz, ao acrescentar que está sem tomar os remédios receitados: "Na verdade, é muito difícil pra mim entender o que os professores falam por conta de uma medicação do Coplan, que é o remédio que me faz dormir, que é um calmante. Ele faz a pessoa esquecer as coisas com o tempo".
Fonte: Portal Meio Norte
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