Os adolescentes suspeitos de matar Antônio Santiago, 6 anos, quando brincavam com uma linha de pipa com cerol, foram identificados e irão responder por homicídio culposo, sem intenção de matar. Segundo a delegada Adília Klein, os dois têm 14 e 16 e serão indiciados pelo crime. A família de Antônio Santiago, de apenas seis anos, está pedindo justiça e diz que os suspeitos do crime estão escondidos.
Segundo a família, que participou nesta quarta-feira (3) da primeira audiência do caso na Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM), os dois estão sendo mantidos escondidos pelos próprios pais, devido à grave do ato. O menino morreu no dia 27 de dezembro com um profundo um corte no pescoço causado por uma linha de pipa com cerol, uma mistura de cola e vidro moído. O uso do material é proibido por lei em Teresina.
Segundo a família, os jovens estavam brincando em um campo de futebol da Vila Santa Bárbara, Zona Leste de Teresina, aplicando cerol em fios usados para empinar pipa. O avô Antônio Geraldo, estavam com o neto, que andava de bicicleta no momento. Muito emocionado, ele disse ao G1 que os suspeitos estão escondidos.
"Eu sei onde eles estão, só que não quero ir pegar eles por conta própria. Os pais se esconderam com os meninos por que sabiam que foi um crime grave, inclusive um dos pais viu o meu neto agonizando e não fez nada. Recolheu a linha de cerol que os meninos usaram. Eu consegui encontrar a metade da linha", relatou o avô.
Ele contou que estava junto com o neto no momento e ainda conseguiu segurá-lo para não cair da bicicleta. Ele foi levado ao hospital do bairro Satélite, mas morreu ao chegar à unidade de saúde.
A delegada do caso, contudo, disse que os dois já foram identificados e vão ser responsabilizados pelo caso. "Foram dois adolescentes que passaram cerol em uma linha e o menino de seis anos passou por ela e se cortou. Eles foram identificados e irão responder por ato infracional análogo ao homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas eles agiram com culpa ao colocar o objeto cortante que causou a morte do menino e podem pegar internação de até três anos. Eles devem muito provavelmente ser indiciados", declarou a delegada.
A mãe, Francisca Alves, disse que está muito abalada com a situação e disse que o menino morreu fazendo o que gostava. "Meu filho era uma criança muito querida por todo mundo do bairro. O histórico escolar dele era um dos melhores. Ele adorava andar da bicicleta. Meu filho era tão esperto que começou a andar de bicicleta, dada pelo avô dele, com 3 anos de idade e veio a morrer fazendo o que gostava. É muita dor. Queremos que a justiça seja feita. Viemos aqui pra isso", disse a mãe.
Agora, a família pede justiça. "Eu esperava meu filho acordar todos os dias pra tomar café com ele e hoje nem vontade de tomar mais café eu tenho. Quero justiça. Alguém vai ter que responder pela morte do meu filho", afirmou o pai, Antônio Geraldo Filho.