09/03/2018
As duas vítimas encontraram decapitadas e enterradas no terraço de uma residência na cidade de Parnaíba foram mortas por dívidas de tráfico de drogas no valor de R$ 20. É o que conta o titular da Delegacia de Homicídios, Tráfico de Drogas e Latrocínio de Parnaíba (DHTL), o delegado Eduardo Aquino. Até o momento, seis pessoas confirmaram em depoimento participação no crime, entre eles um menor de idade.
De acordo com o delegado Eduardo Aquino, os detalhes do crime chocaram até os investigadores pela brutalidade e a frieza com as quais as vítimas foram mortas. "Eles contaram nos mínimos detalhes como tudo ocorreu, e até para mim, que já estou acostumado a investigar homicídios, foi muito chocante saber a forma como esses dois homens foram mortos", revela.
Os envolvidos no crime presos nesta quinta-feira (8) foram identificados como Luís Carlos Evangelista Guedelha vulgo Lulu, Jonas de Brito Martins, Francisco de Assis Evangelista Guedelha, Franciely Oliveira Pereira e Francisco de Assis Júnior. Já outros dois homens, Geovane Alisson de Sousa e Antônio Carlos Rodrigues dos Santos Júnior, continuam foragidos. Um menor, de iniciais J. V. G. S., foi apreendido e também confessou participação nos homicídios.
Com a conclusão do inquérito, os supostos criminosos deverão responder pelos crimes de tortura, homicídio e ocultação de cadáver.
Seis pessoas confessaram a participação no crime, entre eles um menor de idade. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Como ocorreu o crime
Em depoimento à Polícia Civil, os seis envolvidos nos homicídios relataram que as vítimas foram mortas por não pagarem R$ 20 pelo consumo de drogas na residência onde foram encontrados. Após passar o dia consumindo crack, os dois homens não tinham dinheiro para pagar o dono da boca de fumo e, por isso, foram trancados em um quarto, onde sofreram os atos de tortura.
Após horas de tortura, Paulo Henrique Lima Caldas, que era professor de inglês, tentou fugir do quarto e acabou sendo capturado por Geovane e Francisco Júnior, que o teriam assassinado com golpes de facão no pescoço e no peito. "A partir daí eles recolheram o corpo, jogaram em um corredor, entre o muro e a calçada, e voltaram a consumir drogas, como se nada tivesse acontecido", conta o delegado Eduardo Aquino.
Paulo Henrique era professor de inglês e estava desempregado. (Foto: Reprodução)
Logo depois da primeira morte, Jonas de Brito e o menor de inicias J.V. chegaram à boca de fumo. "Quando eles chegam, os assassinos mostram que o primeiro já estava morto e decidem matar o segundo", afirma o delegado. No entanto, antes de cometerem o homicídio, os criminosos decidiram enviar um bilhete para a irmã da segunda vítima, identificado como David Soares Maciel de 29 anos, pedindo que ela pagasse a dívida de R$ 20. No bilhete, David contava para a irmã que estava preso na boca de fumo e pedia dinheiro para quitar a dívida.
"O Jonas, então, tenta encontrar essa irmã, mas não encontra o endereço. Com isso, depois de uma hora e meia ele volta para a boca de fumo e ocorre o segundo assassinato", relata o delegado Eduardo Aquino.
No interrogatório, os criminosos não demonstraram qualquer remorso pela prática dos crimes que culminaram na morte das duas pessoas. Para o delegado, a frieza e a riqueza de detalhes com que os relatos foram dados à Polícia chocou até mesmo os investigadores. "Quando eu perguntei ao menor porque ele tinha cometido o crime, já que ele só havia chegado lá depois, ele disse que fez porque os outros disseram que ele não teria coragem. Perguntei se ele estava arrependido e respondeu, meio com deboche, que não", destaca o titular da DHTL.
Vítimas foram encontradas em uma cova no terraço da residência. (Foto: Reprodução/Folha de Parnaíba)
Os corpos foram encontrados no último dia 1º de março , em uma residência no bairro Piauí, em Parnaíba. As vítimas haviam sido enterradas no terraço de uma casa abandonada que era utilizada como boca de fumo. Um dos corpos decapitados estava com os pés e mãos amarrados e o outro havia sido cortado ao meio.
Por: Nathalia Amaral
Fonte: Portal o Dia
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