Por causa das chuvas ocorridas nos últimos dias e visando manter reserva de capacidade de armazenamento no reservatório da Usina da Boa Esperança, que atingiu 92% nesta quarta-feira (11), a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) informou que a vazão defluente (volume de água que sai da usina) foi elevada para 1.400 m³/s a partir do meio-dia de hoje. Com isso, o nível do rio aumentou consideravelmente nas últimas horas. Em Luzilândia, o Rio Parnaíba está a apenas 10cm de atingir a cota de inundação. A previsão é do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Luzilândia entra em alerta de inundação após aumento da vazão de usina. (Foto: Divulgação/Chesf)
No município, o rio alcançou 5,5 metros às 17h30 desta quarta-feira. Segundo o CPRFM, naquela estação o rio transborda aos 5,6 metros. De acordo com o último boletim emitido pelo órgão, que é responsável pelo monitoramento das cheias na bacia do rio Parnaíba, se mantidas as condições meteorológicas de chuvas consideráveis na região norte do estado do Piauí, é possível que o nível de inundação seja alcançado nas próximas 24 horas.
Além de Luzilândia, o órgão também alerta para o aumento do nível do rio nas cidades de Barão de Grajaú (MA) e Floriano (PI). "O quadro mais crítico que possuímos hoje na bacia é o município de Luzilândia, onde o rio está em alerta desde a semana passada, portanto, solicitamos que todos os órgãos competentes continuem com as medidas adequadas de prevenção e minimização de prejuízos", comunica o engenheiro hidrólogo da CPRM, Roberto José Fernandes.
Rio Parnaíba em Teresina. (Foto: Jailson Soares/ O Dia)
Quanto ao rio Poti, o órgão destaca que foi detectado um aumento de 886 cm em Prata do Piauí, podendo chegar a 1,30 metros em 24 horas. Em Teresina, o CPRM afirma que o reflexo da elevação do rio Poti deve ser observado nas próximas 12 horas. Os dados hidrológicos utilizados na previsão são provenientes da Rede Hidrometeorológica Nacional operada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA).
Em Teresina, o CPRM afirma que o reflexo da elevação do rio Poti deve ser observado nas próximas 12 horas. (Foto: Jailson Soares/O Dia)
Contraponto
Em nota, a Chesf informou que as condições hidrológicas do Rio Parnaíba têm sido compatíveis com o período úmido de anos anteriores, ressaltando que a situação está sendo permanentemente avaliada, podendo haver alterações nos valores da vazão defluente da Usina da Boa Esperança, em função da evolução das chuvas e vazões no Rio Parnaíba.
Nesta quarta-feira (11), a Defesa Civil Municipal de Teresina informou que está monitorando, com atenção específica, o nível dos rios Parnaíba e Poti. "Os nossos rios estão em constante aumento e diminuição do nível. Isso se deve às chuvas no Ceará, que aumentam o nível do Poti, e a liberação da barragem de Boa Esperança, que aumenta o nível do Rio Parnaíba. Estamos com a atenção especial ao nível das águas dos rios na capital e, caso seja necessário, faremos os devidos alertas para as populações ribeirinhas", detalha Sebastião Domingos, membro da Defesa Civil.
A Defesa Civil também vai priorizar, hoje, os atendimentos solicitados através do número 153 - plataforma de contato gratuito da população com o órgão. O órgão é vinculado à Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi).
Permissionários temem aumento do nível dos rios no Encontro das Águas
No Encontro das Águas do Rio Poti e Parnaíba, localizado no bairro Poti Velho, zona Norte de Teresina, já é perceptível o aumento do nível dos rios. No Velho Monge, a água já chega a invadir parte do parque e assusta os permissionários que mantém quiosques no local.
Encontro dos Rios em Teresina. (Foto: Jailson Soares/O Dia)
Para a Lúcia Matos, vendedora de artesanato no Encontro dos Rios há dois anos, o medo é que a água avance e invada o seu quiosque. Segundo ela, em menos de 12 horas, a água subiu cerca de 2 metros. "Quando eu cheguei, a água estava perto das árvores, eu fiquei monitorando durante o dia todo e agora está a três passos do meu quiosque. Tenho medo de ir para casa, o rio subir mais e estragar meus produtos", diz a permissionária, acrescentando que vai levar todos os produtos para casa, até mesmo um freezer utilizado para armazenar picolés.
A vendedora Lúcia Matos teme que a água avance e invada o seu quiosque. (Foto: Jailson Soares/O Dia)
A vendedora Lúcia Matos teme que a água avance e invada o seu quiosque. (Foto: Jailson Soares/O Dia)
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