Matéria atualizada às 17h08
Foi encerrada por volta das 17h a audiência de instrução e julgamento dos policiais militares acusados de assassinar a menina Emilly Caetano, de 9 anos. Ao final da sessão, os dois PMs foram interrogados e deram as suas versões sobre os fatos ocorridos na noite do feriado de Natal do ano passado, na avenida João XXIII.
Durante o interrogatório, o ex-PM Aldo Dornel, denunciado pelo homicídio de Emilly e pela tentativa de homicídio contra o pai da menina, negou a acusação de que seria o autor dos disparos contra o carro da família. Segundo o acusado, logo após estacionar atrás do carro da família, ele teria ouvido disparos e se abrigou atrás da porta da viatura disparando para cima duas vezes. Cerca de 30 segundos depois, uma viatura da Força Tática teria chegado ao local do crime. De acordo com o seu relato, os disparos que atingiram o carro das vítimas não foram efetuados por ele e nem pelo cabo Francisco Venício. Contudo, o acusado não soube informar de onde teriam partido os tiros.
Já o cabo Francisco Venício informou que os únicos disparos feitos na cena do crime foram efetuados por ele (para cima) e pelo cabo Aldo Dornel (contra o carro da família). No seu relato, o cabo informou que, durante a abordagem ao carro das vítimas, Aldo Dornel teria efetuado cinco disparos contra o veículo. Somente depois, Francisco Venício teria disparado duas vezes para cima e alertado verbalmente a família para sair do carro.
Para a defesa de Aldo Dornel, as provas apresentadas no processo não comprovam a tese de que o ex-policial é o autor dos disparos que mataram a menina Emilly e feriram gravemente o pai da garota. "Vai se lançar ao banco dos réus uma pessoa sem provas. Cadê a bala? Cadê a perícia? Cadê a prova de que foi ele?", questiona o advogado, Wagner Martins.
A defesa do cabo Francisco Venício demonstrou confiança e afirmou acreditar que o réu será absolvido das acusações. "Ele foi denunciado por fraude processual, mas em nenhum momento ele quis atrapalhar o processo. A defesa está tranquila que ele vai ser absolvido", destacou o advogado Valder Menezes.
O juiz Antônio Nollêto acatou o pedido da promotoria e determinou que defesa e acusação apresentem as alegações finais na forma de memoriais escritos no prazo de 12 dias. Em seguida, o magistrado terá cerca de 15 dias para decidir se os réus irão ou não à Júri Popular. Sobre o pedido de liberdade provisória impetrado pela defesa de Aldo Dornel, a promotoria irá dar o seu parecer no mesmo prazo e só então o pedido será avaliado pelo juiz.
Matéria original
O sentimento de Daiane Caetano, mãe de Emilly Caetano Costa, é de desesperança. A menina de oito anos foi morta no dia 25 de dezembro de 2017 durante uma ação policial. O ex-PM Aldo Luís Barbosa Dornel e o cabo Francisco Venício Alves são suspeitos de provocar a morte da menina.
Nesta terça-feira (08), a audiência de instrução e julgamento dos policiais foi retomada e vai decidir se eles irão a júri popular. A primeira audiência ocorreu no dia 10 de abril, mas foi suspensa por causa da ausência de uma testemunha. A família está descrente quanto à punição dos envolvidos. "Não confio na Justiça. Só acredito na Justiça de Deus", disse Daiane.
Até o momento, três pessoas foram ouvidas. Uma delas pode ser considerada uma testemunha-chave para o processo, segundo o assistente de acusação e advogado da família, João Marcos Parente. "Essa pessoa presenciou todo o ocorrido e relatou em juízo que ouviu os disparos, abaixou a cabeça e ao se levantar presenciou um dos policiais coletando as cápsulas, enquanto o outro, bastante exaltado, proferia palavras de baixo calão à mãe da Emilly", afirma o advogado.
Essas informações corroboram a versão apresentada pela acusação, de que os PMs são os responsáveis pelos disparos, e enfraquece a tese da defesa de que os tiros teriam partido de uma outra viatura. A testemunha também afirmou que o socorro foi feito por policiais da Força Tática, que chegaram ao local poucos minutos após a ocorrência.
O promotor João Paulo Santiago informou que após ouvir todas as testemunhas, os policiais serão interrogados. Em seguida o juiz Antônio Nolêto, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, vai decidir de pronuncia os suspeitos a se submeterem ao júri popular.
Por: Nayara Felizardo, com informações de Nathalia Amaral (do TJ)Visitas: 1623309
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