Teresina deve amanhececer nesta sexta-feira (25) com alguns postos de combustíveis sem o produto e com valores dos hortifrutis bem acima do preço normal, podendo ficar até 60 % mais caros, na Nova Ceasa. Já nos supermercados, a previsão é que dentro de uma semana comece a faltar mercadorias. Essas são as consequências da greve dos caminhoneiros que já dura quatro dias. A paralisação da categoria fez com que muitos pontos deixassem de ser abastecidos, como postos de combustível e até mesmo o centro de abastecimento de hortifrutos do Piauí, a Nova Ceasa, que recebeu um número inferior de caminhões nesta quinta-feira.
De acordo com Alexandre Cavalcante, presidente do Sindicato dos Proprietários dos Postos de Combustíveis do Piauí, o estoque de alguns postos não é suficiente para o abastecimento de veículos até o fim do dia. Isso porque as distribuidoras estão racionando a entrega do produto, não fazendo a entrega conforme o pedido feito pelos empresários. "Se pedirmos 15 mil litros, eles entregam apenas cinco mil. O estoque na capital acredito está bem abaixo do que é necessário para atender toda a população. Com a continuidade da greve, a tendência é piorar a situação da maioria dos postos", relata.
A situação atinge também os supermercados, que corre o grande risco de ficar sem os gêneros alimentícios em poucos dias, com a continuidade da greve, segundo avaliação do presidente da Associação Brasileira de Supermercados no Piauí, Raul Lopes. "Se não houver uma solução imediata para essa paralisação, temos a possibilidade de ficarmos sem abastecimento, como já tem acontecido em alguns estados, bem como a elevação de preços em alguns produtos", explica.
Raul Lopes afirma que a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou ao presidente Michel Temer sobre a situação das lojas e reconhece o problema que está por vir. "Tivemos o contato direto com a presidência mostrando e pressionando uma solução urgente disso", declara. Ele que diz ter medo do que possa acontecer, caso não venha uma rápida resolutividade da greve. "Para essa semana, estamos abastecidos, o que já não garanto para a próxima", completa.
O empresário ainda explica que a situação vivida pelos supermercadistas não é fácil, pois envolve um grande fluxo de mercadorias, que chegam até a 50 mil itens em pedidos que necessitam de toda uma logística e armazenamento adequado como as carnes e os frios, bem como os laticínios.
O que está ruim, poderá ficar pior com o aumento dos preços dos hortifrutis na Nova Ceasa, previsto também para a partir desta sexta-feira. É que as poucas mercadorias que chegaram não são suficientes para atender a todos os clientes. De acordo com Lucivan Neves, um dos empresários do ramo, a quantidade de mercadorias não chegará até sábado, com a certeza de não haver mercadorias na próxima semana caso a greve permaneça.
Lucivan explica que os quatro dias de greve dos caminhoneiros não tinha acarretado no aumento do preço dos hortifrutis, no entanto existem poucas mercadorias sem estoque. Diante disso, o empresário afirma que os preços podem sofrer uma alteração na venda aos consumidores.
O empresário Olimar Cunha, que trabalha há 25 anos na venda de cebola e tomate em seu depósito na Nova Ceasa, explica que o estoque deu para abastecer supermercados e clientes, mas a previsão é que sábado já não tenha mais mercadorias, o que deve elevar os preços.
"Com a permanência da greve, os produtos chegarão a um aumento de até 60 % na próxima semana, pois hoje o aumento repassado para os clientes estão na base de 30%. Para os que conseguirem segurar mercadoria colocarão um grande aumento no valor para o consumidor", finaliza.
Fonte: Portal MN
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